segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

HISTÓRIAS - ORIGINAL

















domingo, 26 de março de 2017






HISTÓRIAS

HISTÓRIA 

Chama que me  envolveu desde a infância as "Favelas"  sempre foram o motivo do brilho nos olhos, não um brilho qualquer, mas um "quê" de envolvimento, encantamento e até de luxúria. Não poderia falar da minha arte sem mencionar o que a inspira: O FAVELISMO

Ao tratar do tema "Favela" jamais poder-se-ia deixar de tecer comentários sobre o Rio de Janeiro, https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Maravilhosa, meca do turismo do hemisfério sul. Cidade que foi classificada pela UNESCO em 2012, como Patrimônio Cultural da Humanidade, que, em termos  geográficos, históricos, culturais, etc... pode-se em resumo ressaltar:




Fundada em 20 de Janeiro de 1565 a cidade do Rio de Janeiro ocupa uma área de 43 780,172 km². 

Encravada na região sudeste do Brasil, o Rio de Janeiro, conta com 635 km de litoral, possuindo algumas das mais lindas praias do país, quem sabe, do mundo, além de belíssimas paisagens naturais belas - montanhas, Matas, destacando-se a Mata Atlântica .
Os principais acidentes geográficos do estado são a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira
O estado do Rio de Janeiro faz parte do bioma da Mata Atlântica brasileira, tendo em seu relevo montanhas e baixadas destacando-se pelas paisagens diversas com escarpas elevadas à beira-mar, restingasbaíaslagunas e florestas tropicais.
O porto do Rio de Janeiro foi, a partir de 1640, o ponto de partida para o comércio  entre a África e o Brasil, visando complementarmente ao tráfico de escravos entre os dois países.
trabalho escravo, foi base de sustentação da próspera sociedade cafeeira fluminense até por volta da abolição da escravatura em 1888.
Não podia deixar de citar tais fatos, tendo em conta que, carioca, cuja infância e adolescência vivenciadas naquele sítio histórico tão importante da cidade, hoje querendo enfatizar toda a poesia de determinados locais e destas fases da minha vida e história, ouso discorrer sobre o quanto naquelas oportunidades não percebia o valor real dos ambientes e atmosfera desfrutados.
Os envolvimentos físico, lúdico e emocional contagiantes nos quais mergulhavam meninos e meninas com os quais praticava todas as brincadeiras próprias da faixa etária não nos permitiam alcançar o conteúdo de outras relevâncias.  

Fragmentos da minha história, misturados com a do Rio de Janeiro, no tocante às informações e formação,  isto porque...

Um Pouco da Minha História

Nascido no Rio de Janeiro, em 1944,  de pai nordestino e mãe carioca, fui, como assim dizer, adotado aos dois anos, por minha avó paterna, alagoana de Palmeira dos Índios, lugarejo distante 150 quilômetros de Maceió, capital de Alagoas – nordeste do Brasil.
Voltando um pouco ao passado, minha avó, nasceu – mais ou menos – em 1898.  E lá pela década de 40 do século XX, fugindo, do pai de seus filhos que, por ela ser muito bonita, ele tinha loucas crises de ciúmes, foi parar no Rio de Janeiro - RJ, Cidade Maravilhosa, em que se radicou até o fim da sua vida.
Bela morena clara, estatura mediana, cabelos lisos e castanhos, nariz afilado estilo europeu, apesar de parecer de origem indígena, olhos cor de mel era um exemplar de mulher que inspirava os mais torpes e sublimes sonhos.
Ela tinha três filhos dos quais meu pai era um deles e um outro, que era carteiro faleceu num acidente de trem, ficando ela então com dois filhos e uma filha.
Chegando ao Rio de Janeiro foi morar numa chamada "cabeça-de-porco" ou casa de cômodos que era num prédio de dois andares sito à Rua Bento Ribeiro, número 19 ², no Bairro da Saúde, centro do RJ, onde, para sobrevivência, lavou e passou roupa para terceiros e explorava uma pensão³ onde cozinhava e vendia refeições.
Dos dois aos seis anos não tenho registros de minha infância. Dos sete anos em diante recordo de minhas peripécias infantis, que numa primeira fase, bem contido, eu era mais companheiro da minha avó, e inclusive auxiliava em algumas pequenas tarefas de casa e trabalho da D. Maria, seu nome de batismo.
Ocupávamos, ela, eu, minha tia e meu tio dois cômodos e mais uma parte da cozinha comunitária do andar. O banheiro também era de uso comunitário. As dependências de uso comum e mais vários quartos e uma área de serviços, com tanques e varais para se estender roupas eram ladeados por um corredor e ao mesmo tempo terraço de onde avistávamos o Morro da Providência e a Pedreira São Diogo, que pouquíssimas vezes ouvimos funcionar. A bem da clareza deste depoimento, morávamos no segundo andar do prédio.

Um Pouco da História do Rio de Janeiro da qual lembro

No Rio de Janeiro - década de 1950 - era muito comum faltar – ter racionamento – de água e de energia elétrica. Tinha até uma marchinha de carnaval que dizia em versos esse drama: “Rio de Janeiro, cidade que me seduz de dia falta água e de noite falta luz”. Letra e música de Anjos do Inferno – 1954.
O Morro da Providência era, na minha infância, ouvia-se dizer, reduto de pessoas boas e más, e pelas más, falava-se que a polícia não subia e os bandidos não desciam. Logicamente era pura lenda, mas a polícia realmente não tinha um acesso nada tranquilo naquelas paragens.
A pedreira São Diogo foi palco, apesar do solo altamente pedregoso, de peladas que a meninada disputava, com bola de borracha ou de meia²³ com ânimo de quem corre atrás da pelota oficial em gramado de finíssimo trato. Entre outras brincadeiras o pique esconde era muito desfrutado na pedreira abandonada.
O Morro da Providência, de um lado e o Bairro da Gamboa de outro eram lugares pouco hospitaleiros para pessoas estranhas àquelas paragens, os homens desconhecidos que por ali transitassem podiam ser confundidos com policiais espionando as bocas³³. Mulheres e homens que por ali vagassem e que não fosse em busca de algum parceiro ou para adquirir droga logo eram  acompanhados de perto ou escorraçados da área.


















Foto do Morro da Providência em 2016 - autoria  de J.Vicente 

Contíguo à Providência se situa o Morro da Conceição, também chamado de Morro do Livramento, mais perto da Praça Mauá, era um local que se tornou histórico, porque possuía, nas proximidades da Ladeira João Homem, uma praça onde nos tempos mais remotos do Rio de Janeiro eram leiloados os escravos que costumavam chegar aprisionados da África, ao cais do porto, nos navios negreiros.
Todo aquele sítio histórico e mais as escadarias do  Valongo se transformaram na área de lazer da meninada, inclusive eu, que ia jogar futebol nas adjacências da Rua do Jogo da Bola  e correr e brincar de esconder nos jardins junto às íngremes e perigosas escadarias do Valongo. 

Escadaria, Jardins e museu do Valongo (casarão amarelo), em 2016, após passar por reformas.




















Foto da Escadaria do Valongo em 2016 -  autoria  de J.Vicente 

Não podia deixar de citar tais fatos, tendo em conta que, carioca, cuja infância e adolescência vivenciadas naqueles sítios históricos tão importantes da cidade, hoje querendo enfatizar toda a poesia de determinados locais e destas fases da minha vida e história, ouso discorrer sobre o quanto naquelas oportunidades não percebia o valor real dos ambientes e atmosfera desfrutados.
O lirismo dos envolvimentos físico, lúdico e emocional contagiantes nos quais mergulhavam meninos e meninas com os quais praticava todas as brincadeiras próprias da faixa etária não nos permitiam alcançar o conteúdo de outras relevâncias. 
A cabulações de aulas que não comprometiam o aprendizado de alguns, outros nem se importavam com o desempenho escolar, mas faziam questão de participar da verdadeira festa e recuperavam ou não posteriormente.
No Morro da Conceição, Escadaria do Valongo Rua do Jogo da Bola, Ladeira João Homem e outros tantos locais praticávamos nossas brincadeiras, bola de meia, bola de gude, pipa, pique esconde, e outras que se não existissem inventávamos – imaginem; ali naqueles locais eram onde circulavam escravos e mercadores de escravos em busca dos leilões dos que desembarcados dos navios negreiros eram levados para serem vendidos  –  a meninada nem se ligava nesses fatos, sequer sabiam da carga de energia que aquele solo portava e quanto sofrimento teria testemunhado.
Não menos frequentado no Morro da Providência a Pedreira São Diogo, que, desativada, tinha seu piso pedregoso propicio à nossa pelada com bola de borracha ou bola de meia e a escada da vertente norte, local adequado para empinar pipa. Ah! o FAVELISMO decorreu daí e desdobrou-se até o FAVELIRISMO sua versão romântica.
Da sacada do prédio em que eu morava dava para avistar o lado da Pedreira São Diogo e a igrejinha que ainda existe no alto do Morro. A impressão que dá é de que a igreja está na beira do penhasco. E está!
“ Na Ladeira do Livramento, morro do mesmo nome, número 77, a história se transforma em ruínas. A casa onde o escritor Machado de Assis nasceu e morou até os 6 anos virou um cortiço, que se deteriora com o tempo. Seis famílias se espremem no imóvel, que, apesar do valor cultural, não é reconhecido pela Prefeitura do Rio como o local onde um dos maiores literatos do país passou parte da sua infância.” Aliás só de poucos anos para cá os mandatários políticos do Rio de Janeiro se deram conta do valor histórico da área central do local e criaram o Porto Maravilha entre outras atrações turísticas que ali foram instaladas.



Em Elaboração





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