terça-feira, 28 de março de 2017

TEXTOS - POEMAS

Propostas e/ou Orientações de Vida
(J.Vicente)
Sofrimento com confiança; 
Paciência sem acomodação;
Lealdade sem cobrança;
Amizade com lealdade;
Resistência com busca;
Respeito sem subserviência;
Reconhecimento com gratidão;

Ambição sem ganância;
Caridade com anonimato;
Fartura sem desperdícios
Esperança com fé;
Alegria sem euforia;
Busca com luta;
Cansaço sem desistência;
Energia com retidão;
Objetividade sem omissão;
Decisões com convicção;
Comprometimento sem cegueira;
Perseverança com resignação;
Pesquisa sem fronteira;
Ação com bom direcionamento;
Dedicação sem temor;
Entrega com amor;
Coragem sem imprudência;
Audácia com comedimento;
Sabedoria sem arrogância;
Modéstia com grandeza;
Sensualidade sem vulgaridade;
Sexualidade com amor;
Brilho com discrição;
Sucesso sem vaidade;
Vitórias com realismo;
Religião sem fanatismo;
Fé com Deus.


AMEI,  AMAMOS
(J.Vicente)

Amor aceito, altivo, até achei assumido.
Alarmante avidez, assim admitirei,
Adredemente advertido
Amigos avisaram, aconselharam, admoestaram, alertando;
Atitudes amorais, adversas às amparadas!

          Amei, amamos
 Amantes assíduos, acintosos,
          Antevimos as angústias.

Atenciosos, ambos assistimo-nos
Abraçamo-nos, apossamo-nos
Apertos, afetos, ais,
Absoluto auto-abandono.

          A aurora acalentou alguns anseios
          A alma acesa ascendeu
          Amei, amamos
          Assim aconteceu até agora.


Inocência
(J.Vicente)

Ele nasceu tão bonito
Tinha os olhos cor do mar
De um brilho infinito
Eu não sei como explicar
      Seus lábios eram perfeitos
       Seu nariz muito afilado
      Seus cabelos rarefeitos
      Tinham um liso aloirado
Simplesmente sua presença
Tanta paz irradiava
Que mesmo em noite escura
A luz de sua inocência 
Nosso quarto iluminava
       Por vezes o vi sorrindo
       Parecia estar sonhando
       No sorriso havia luz
        Aquele anjo dormindo
        Me lembrava de Jesus


Controvérsias
(J.Vicente)

O mar conduz sonhos, leva esperança;
Transforma pessoas, traz confiança.
Nos ilude, confunde, apavora, acalma;
controvérsias, porém  são sua alma.
Nos alimenta, diverte, encanta;
Assusta, deslumbra, mata.
O mar é rebelde, calmo, violento;
Controvérsias, a todo o momento.
É o meu espelho, o teu espelho,
quando calmo seduz, nos acolhe tua luz;
posso caminhar por sobre suas águas,
controvérsias, que não causam máguas.
Deito-me à sua superfície e repouso.
Lavo meu corpo, minha face, minh’alma.
Me dá saudade a tua distância,
Controvérsias, mas me trazem à infância,
Me conforta a tua disponibilidade;
Quando junto a ti percebo cumplicidade.
Só o Pai pode oferecer a obra que chamamos mar
Controvérsias tendem a findar.

30/11/97

ESTRANHO CAMINHANTE
(J.Vicente)

Quem será o caminhante?
Que sinto dentro de mim.
Às vezes quase correndo,
Outra parando assustado,
Como um velhinho cansado.
Quem será o caminhante?
Por vezes tanto me assusta,
Com os seus passos gigantes,
Outras vezes pequeninos e  insignificantes.
Será vida o que sinto?
Ou apenas o cansaço de uma enorme solidão?



HOJE
(J.Vicente)
Hoje, mais do que nunca, estou grato a Deus por nos ter dado inteligência, curiosidade e perspicácia para descobrir coisas, imaginar situações, criar máquinas e colocar toda essa gama de conhecimentos a serviço da amizade, da consideração dos sentimentos nobres, principalmente do amor.
Hoje, acima de tudo, descobri o quanto vale ter o amor no coração e poder demonstrá-lo sem restrição e achar-se retribuído, simplesmente pelo fato de poder manifestar este sentimento sem pudores.
Hoje, não só hoje, mas reiteradas vezes me lembrei de você e pude falar-te e pude ouvir tua voz, teu sorriso, aquela manifestação interior do amor, que você, não só tem para dar, mas que também é.
Hoje, senti o cálice da alegria transbordar e bebi das suas gotas milagrosas, derramadas sobre todo o meu ser.
Hoje, com a chama da tua vela juntei a minha e iluminamos, nós dois, o mundo inteiro.
Hoje, foi como se estivesse num deserto, errante e encontrasse, naquele fim do mundo, um companheiro.
Hoje, me lembrei que era humano, esqueci toda a preocupação da vida e vivi.
Hoje, ouvi os céus cantarem um hino de louvor ao amor que sinto.
Hoje, mais uma vez, contemplei seu retrato e percebi que nele existe alma, pois ao fita-lo tive também a certeza de que ele me fitava.
Hoje, ouvi, hoje falei, hoje sorri, hoje amei, hoje..., hoje senti a mais infinita satisfação de viver, a mais absoluta paz.
Hoje, me olhei no espelho e me senti um pequeno grão de areia, numa praia imensa, por não ter palavras suficientes para exprimir a alegria que me invadia naquele momento. 



Liberdade
(J.Vicente)
Em seu nome temos visto maiores barbaridades
Não sei por que tanta luta p’ra impor uma verdade
Guerras e conflitos prolongados
Tanto sangue derramado
Irmãos matando irmãos,
lares sendo destruídos,
tristeza, desolação.
Será que o mundo não sente
Não se torna consciente
Que esta posição tomando
Cada vez fica mais preso àquilo que está fugindo
Que é a perda da liberdade.

O Brilho da Flor
(J.Vicente)

Busco versos na flor que desabrocha
Da terra certamente agradecida
Pela Graça que lhe enfeita o peito
Pelas cores que lhe lança ao leito
Pelo perfume dela exalado
Tudo isso sem se envaidecer
Conservando enfim a humildade
E apesar de, contudo, saber,
Que até o alimento que lhe retira
Não lhe é dado diretamente em recompensa
Lança suas sementes e continua a lhe enfeitar.

(J.Vicente)

Questionamentos, pesquisa, sete décadas vencidas, ansiedades,  perspectivas de futuro  e meus legados são as senhas.
A(s) obra(s) apresentada(s) reflete(m) o pensamento do cidadão do ”País do Futebol” e paradoxalmente da precariedade  na  “educação”, “saúde” e na  “segurança”, cujos cuidados fazem do cidadão menos favorecido sua principal vítima:
- A Copa que o artista conseguiu primeiramente vislumbrar e relacionar com a Copa do Mundo de 2014, teve um lapso de esperança, representado pelas folhas verdes – artificialmente colocadas –, praticamente submersas naquelas já murchas e secas (no nascedouro).
- Em seguida a título de enfatizar apresenta uma favela razoavelmente implantada, um complexo de atividades esportivas, educacionais e profissionalizantes, com a vizinhança com residências de melhor aparência. 

À
Minha Filha (Vanessa)
J.Vicente

E a luz se fez. Num lar humilde, poderia até dizer: pobre!
Apenas daquilo dito material !!!
Você foi idealizada cuidadosamente,
Zelada nos seus mínimos detalhes, do barro moldada com sofreguidão de amantes, que ansiosamente a perfeição buscavam.
Queríamos, eu sei, dar a vida, materializar aquela chama que em nós existia.
Labareda, que do manifestar-se, fazia-nos crer que a missão se cumpriria.
Um dia o sonho fez-se sobressalto.
Acordamos com seu grito abafado,
Nós te queríamos muito, tu querias vir.
Então por que razão estavas a esvair-se?
Nossa fé, nosso amor, nossa convicção.
O Deus grande que existia em nós.
Por mãos humanas operou o milagre.
Foste salva, fomos salvos!
A semente lançada, agora planta.
Crescia, crescia cada vez mais viçosa.
Aos nossos olhos cada dia mais linda.
Tu te transformaste.
E agora o jardim que tanto enfeitaste
Se não regado pode até secar 
Que sei em breve flor transformar-se-á.


À
Minha Eterna Esposa (Miriam)
Travessia
(J.Vicente)

Ah ! caseiros cansados,
Vida difícil, até diria dura.
Jardineiro exausto, quanta agrura !
Quantas preocupações, ansiedades, anseios,
Quanta solidão, tristeza e mágoa.
Fizemo-nos passar, fizeram-nos passar?
Quem sabe?
A missão é longa, as fraquezas grandes
O solo pedregoso, nós inexperientes.
Quanta pedra separamos, quando ao arar a terra
Quanto conhecimento tivemos que adquirir
Não foi fácil! Não foi brincadeira!
Lutamos, cuidamos, sofremos, muito aprendemos.
Muito aprendemos?
Sim. É esta uma verdadeira.
Verdade relativa, porque tudo muda.
Mudamos nós, muda nossa vida.
E as vezes, tudo muda à volta.
Tornando o que aprendemos nada


VERDADE
(J.Vicente)

Reparo à volta,
Ela não está.
Chego à sacada,
Dou uma olhada,
Tentando encontrar.

          Me impaciento,
          Fico atento,
          Levanto, sento
          E de tão tenso,
          Saio do quarto
          Do quarto andar.

Desço do prédio,
Morto de tédio,
Trôpego, apático,
Transito em transe,
No tráfego caótico
A borbulhar.

           Estou atônito,
          Parvo e tonto,
          É tanto barulho
          Que mais me embaralho
          E perco a noção
          De tempo e espaço.

Aperto o passo,
P’ro lado oposto
E até aposto
Que em cada ente
Ela está latente
Bem dentro de si.


À Amada Amante
(J.Vicente)

O amor eterno que jurei,  é imenso, é leal,  é infinito.
Silencioso, manso, inesquecível, avassalador e calmo.
Contemporâneo, sim,  se é eterno sempre o será.
Tomou conta de minh’ alma e do meu ser.
Me fez ser o que sou. Ser eu mesmo nada mais.
A gota ao me fundir com o oceano,
Pequeno, grande imerso na grandiosidade desse universo.
Ah! Pobre mortal.
Eternizar-me é o sonho pra que possa te sentir sempre
E sustentar-me  do sopro Divino que no início me deu o espírito,
Anoitecer, dormir, acordar e acontecer em teus braços.
Ah! Que saudade...
Ah! A dor e a alegria de saber  que embora eu no meu leito sozinho,
tenho a certeza  que estás na companhia de quem na vida sempre amastes,
como a ninguém mais e Esse sim Merecedor “Jesus Cristo o Salvador”.




Bolsa Dignidade (Rapp)
(J.Vicente - Rapper)

É uma troca mermão,
tamo  sim sendo comprado
Essa é a situação,
não tamo sendo respeitado,
Sem saúde,  segurança e educação.
Qualquer um pode ver, sentir, tocar;
ninguém é trouxa, otário nasce morto,
Nem precisamo de sensibilidade  pra sacar
Que tamo num sistema totalmente torto,
Já sacaram nossas fraqueza
E tiram proveito com muita corrupção,
Pilantragem e safadeza
Os  grande se aliam e nos sabotam,
Levam tudo na mão grande, é dureza!
A troca é injusta, tiram tudo do povão,
A máscara é sempre as bolsa,
É bolsa família, bolsa educação, bolsa gás,
Outras bolsas vão surgir e a dignidade nunca mais,
Deveriam chamar: bolsa faminto, bolsa manobra,
A bolsa ou a vida tá mais apropriado,
Se não pusermos mãos-a-obra
Vamos continuar sendo lesado,
O grito final: “Não teve sobra!”
Eta ferro nos ferramo! Tá tudo dominado.
Agora é tarde cumpadre
Tamo no mato sem cachorro,
Ih cara, cachorro se escreve com ch ou com x?
Ai tá o “x” da questão,
Agora percebemo que
Faltou saúde, segurança e EDUCAÇÃO.
Não! Tá faltando é dignidade ao povão.



À Quem Sente Saudades
(J.Vicente)
O pulso não pulsa mais, ao contrário do que disse o poeta, e assim, embora não manifeste fisicamente, a vida ainda sopra com o vento em direção a todos os pontos, cardeais, bispos e até párocos e não há lugar, pessoa ou coração que, por mais recôndito, não seja alcançado.
O contato pessoal pode falhar, pois só Deus está em todas as partes ao mesmo tempo, de maneira absoluta, seja em que dimensão for, as palavras podem não se fazerem, de alguma forma, ouvir mas o pensamento é de uma força tão incrível que se faz sentir, e é assim que as pessoas que se amam verdadeiramente usufruem dessa força cósmica que liga, que condensa como matéria única, não importando a que distância se esteja, "corpo físico", una dos outros. Nessa ordem não há limites nem barreiras para que o ser incorpóreo faça a liga desta massa à qual pertencemos.
Não tenho dúvidas, que as irradiações dos pensamentos são sentidas em qualquer parte do universo, com toda a energia que emanadas e como tal, embora as interpretações possam conduzir a enganos, levam também a estímulos que, como alfinetadas, as vezes são possuídas pela sutileza de "elefantes cor de rosa".
O carinho, o amor para com as pessoas as quais se reserva eternamente um pedaço do coração, são o mesmo, estando elas presentes ou não, perto ou longe ou em que dimensão for , assim... J.Vicente




EM ELABORAÇÃO


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